Queria que todo motoqueiro "rebelde" visse a cena que eu vi no domingo à tarde, em plena Nações Unidas. Estava de plantão e precisei correr até a avenida por causa de um acidente de moto. Cobrir acidente é sempre horrível, mas este foi um dos mais impressionantes.
Logo ao chegar, o primeiro espanto. A moto estava muito longe das duas vítimas, dois garotos, um de 18 e o outro de 19 anos. Achei estranho e foi a primeira pergunta que fiz aos policiais. Eles explicaram que o veículo ficou longe dos corpos por causa da alta velocidade.
Em seguida, vi o radar, com base de concreto, e um poste de sinalização derrubados. Os dois meninos é que provocaram as quedas. Com o impacto dos corpos. Não sabia que isso era possível. Chocante.
Aí me afastei e olhei para a cena inteira, de longe. Era aterrorizante. Dois corpos cobertos com uma espécie de alumínio, um perto do outro. Ao lado, chinelos e os capacetes. O radar caiu destruído no meio da Nações (não sei como não atingiu outro veículo) e a placa de trânsito ficou no meio do canteiro central. Várias viaturas e policiais cercaram o local e muitos curiosos pararam nas calçadas. A cerca de 60 metros de distância ficou a moto, quase intacta e cheia de adesivos juvenis.
Vi a perícia chegar, fotografar os garotos, a moto, as marcas do acidente. Depois chegou o carro funerário, com aqueles caixões grandes para transportar os corpos. É muito triste ver gente morta em acidente ser retirada da pista. Logo a cena começou a ser desconstruída. Os curiosos foram embora após a retirada dos corpos e a polícia começou a providenciar a liberação da avenida.
Sou mãe e nessas horas só penso no que sentem os pais de meninos que se matam igual a esses dois da Nações Unidas. Em segundos eles deixam de ser jovens com a vida pela frente e se transformam em cadáveres estendidos no chão.
Qual é a razão dessa roleta-russa diária pelas ruas das cidades?
quarta-feira, 1 de abril de 2009
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