quinta-feira, 26 de março de 2009

O Brasil é outro

Realmente, não dá para dizer que o Brasil é o mesmo de sempre. Operação escandalosa da Polícia Federal na Camargo Corrêa, prisões de diretores, escuta na cúpula... E condenação e prisão da dona da Daslu... Paulo Skaf, o poderoso da Fiesp, na berlinda por causa de suposto lobby entre políticos e a empreiteira famosa...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Nova mãe

Laine, uma de minhas entrevistadas que acompanho online, está grávida. Ela foi personagem de uma matéria sobre aborto. Perdeu um bebê no início da gestação, ficou muito mal, mas encontrou força ao ler o livro "Perdi meu bebê. Por quê?". Laine passou a fazer parte de uma comunidade na internet de mães que passaram pelo mesmo drama. Uma consola a outra, dá força, conta histórias de tristezas superadas. Como a dela, agora eufórica com o bebê na barriga.

Eu também já passei por isso. Perdi um bebê no segundo mês de gestação, antes de ter meus dois filhos. Tinha contado para Deus e o mundo sobre a gravidez, já tinha brinquedos dados por amigas, roupinhas, etc. É muito duro, mas passa. Hoje, mão de duas crianças, quase não lembro mais desse episódio.

Uma mulher que perde um filho em gestação fica desamparada. Perde temporariamente o contato com o obstetra, porque não existe mais o bebê na barriga. Fica abalada emocionalmente, mas os que estão em volta continuam a vida normal. E ainda precisa explicar várias vezes por dia o que aconteceu e ouvir frases que nem sempre ajudam.

Por isso a rede de mulheres online é tão importante. São mulheres conversando com mulheres sobre dramas que só elas entendem.

segunda-feira, 23 de março de 2009

É bom ouvir

É verdade. É sempre bom estar com os ouvidos abertos para descobrir histórias emocionantes.

James Bronze

Na última sexta-feira entrevistei o jornalista Chico Pinheiro, da Globo. Na verdade, entrevistei não é o termo correto. Ouvi as idéias dele sobre o mundo, disparadas rapidamente, quase sem tempo para perguntas e com bastante bom humor.

Chico foi convidado para uma palestra na Associação Comercial e Industrial de Bauru. Público formado por homens e mulheres de negócio, todos vestidos formalmente, bem penteados e até maquiadas (elas, claro). Com certeza esperavam um jornalista compenetrado, cheio de informações e dicas econômicas. Chico não é nada disso.

Ele chegou de camiseta e descontraído. Estranhou a entrevista coletiva marcada pelos organizadores. "Vocês são repórteres? Eu também", lembrou. Começou a palestra imitando Chacrinha, confirmou não ser especialista em economia e até revelou sua primeira reação diante do tema da noite, o associativismo. "O que é isso?"

Bom, mas o que quero contar é que foi muito engraçado - e inusitado - ver o jornalista simpático, fã de música brasileira e de cerveja questionar o mercado justamente para os homens e mulheres que fazem o mercado. Ele chegou a falar no fim do mundo, por causa do desrespeito às leis da natureza (estas sim fundamentais) e do consumismo enlouquecido.

Chico estava indignado com uma cena chocante mostrada no jornal que apresenta em São Paulo, o SPTV. As imagens levadas ao ar são de um advogado morto afogado dentro do próprio carro, na enchente da semana passada, na capital. A água cobriu o carro e o socorro chegou tarde. Um horror.

Mas também falou de coisas alegres. De James Bronze, um nordestino que conheceu em Porto de Galinhas, numa semana de folga. James é vendedor ambulante. Trabalha na praia. O bordão dele, entre uma venda e um mergulho no mar: "Eu me lovo". Qual a razão de tanta auto-estima, quis saber o jornalista branquelo? James lembrou que trabalha no paraíso. Vende para estrangeiros em visita a uma das regiões mais bonitas do Brasil. Mergulha no mar toda vez que tem vontade. Está sempre bronzeado. Gasta o que ganha e mora numa casa pequena, mas adorável. "Vou dormir cansado e feliz", arrematou.

"Essa figura vem na contramão de tudo que a gente tem pregado, o tal mercado...", concluiu Chico, encantado com James Bronze.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Meninos

Nem sempre é possível manter a distância emocional de pessoas retratadas em matérias jornalísticas. Quanto tem criança na história então, o envolvimento, no meu caso, é bem grande. Já aconteceu algumas vezes e para falar a verdade não vejo problema nenhum nisso.

Acompanhei, por exemplo, o drama do menino Sinclair, vítima de um raro câncer no cérebro desde muito pequeno. Ele viveu até os dez anos, passou por várias cirurgias e era uma criança esperta e carinhosa.

Conheci Sinclair e os pais quando a família acabara de receber a pior notícia de suas vidas. O tumor estava muito grande, não havia chance de sobrevivência, o menino deveria ser feliz nas semanas que restavam.

Os pais procuraram o jornal para pedir uma corrente de orações. O pedido e a história de Sinclair foram divulgados e, a partir daí, acompanhei o curto resto de sua vida. Foi muito triste. A última vez que vi Andréa, a mãe, ela vestia uma camiseta com o rosto do filho estampado e carregava o boneco do Banana de Pijamas, uma espécie de amuleto que acompanhou Sinclair em todas as cirurgias. Ele já tinha morrido.

Um caso mais alegre, apesar de cheio de sobressaltos, é o do pequeno Thiago, de apenas três anos. Ele nasceu com a chamada síndrome do meio coração, passou por três cirurgias, faz tratamento pesado e diversas terapias. Thiago está nas páginas do BOM DIA desde que era um bebezinho. A vida dele é quase um milagre. Por causa de uma matéria que assinei, conseguiu vaga numa escola particular - outra instituição havia rejeitado o menino por ele ser especial. Quase toda semana fico sabendo alguma novidade sobre o pequeno grande valente.

E agora ele começou a andar, o que levou muita gente a ficar emocionada. Thiago só conseguia se locomover usando uma motoca. Agora dá passados usando um andador, um grande progresso para o pequeno.

Nossa, é uma notícia positiva que vale o dia, a semana, o mês... Fiquei com lágrimas nos olhos.

Vejam o vídeo

Dado, Clodovil, John e Marilyn

Por um lado, a prisão do ator Dado Dolabella é exagerada. Ir para a cadeia só porque esteve no mesmo camarote da Sapucaí que a ex-namorada? Acho demais. Por outro, não deixa de ser um alerta poderoso para os pitboys que circulam por aí. Bater em mulher agora é crime. Vai para a prisão. Igual o Dado.

************

O tablóide "Meia Hora", do Rio, foi ousado hoje ao manchetar a morte do deputado e estilista Clodovil. "Virou Purpurina", cravou o jornal. Com letras coloridas, brilhantes. Eu gostei. Usou um bordão dos gays e não ficou deselegante.

***********

Comecei a ler "Marilyn & JFK", o livro que conta a relação bombástica entre o presidente John F. Kennedy e a atriz Marilyn Monroe. Estou bem no início, mas a narrativa realmente é eletrizante, tipo cinema de ação. De cara, a auto-apresentação do autor, o francês François Forestier, dá um susto: ele afirma que para contar a história é preciso uma pilha de documentos e ter má índole. "Eu tenho", conclui.

Dado, Clodovil e Marilyn

Por um lado, a prisão do ator Dado Dolabella é exagerada. Ir para a cadeia só porque esteve no mesmo camarote da Sapucaí que a ex-namorada? Acho demais. Por outro, não deixa de ser um alerta poderoso para os pitboys que circulam por aí. Bater em mulher agora é crime. Vai para a cadeia. Igual o Dado.

************

O tablóide "Meia Hora", do Rio, foi ousado hoje ao manchetar a morte do deputado e estilista Clodovil. "Virou Purpurina", cravou o jornal. Com letras coloridas, brilhantes. Eu gostei. Usou um bordão dos gays e não ficou deselegante.

***********

Comecei a ler "Marilyn & JFK", o livro que conta a relação bombástica entre o presidente John F. Kennedy e a atriz Marilyn Monroe. Estou bem no início, mas a narrativa realmente é eletrizante, tipo cinema de ação. De cara, a auto-apresentação do autor, o francês François Forestier, dá um susto: ele afirma que para contar a história é preciso uma pilha de documentos e ter má índole. "Eu tenho", conclui.

terça-feira, 17 de março de 2009

Solidão

Entendi porque Clodovil já é considerado oficialmente morto, apesar do coração continuar batendo. Ele é doador de órgãos e, mesmo com a morte encefálica, os médicos terão de manter o funcionamento do corpo até que os rins, fígado e córneas sejam captados.

Triste o fim do estilista polêmico. Sofreu o AVC em casa, sozinho, de madrugada. Caiu da cama e só foi encontrado na manhã seguinte. Para que os órgãos pudessem ser doados, assessores tiveram que assinar a autorização, com o aval do Ministério Público. Clodovil não tinha mais família.

Rapidez

O deputado, estilista e sempre polêmico Clodovil teve a morte cerebral anunciada agora há pouco. Com a rapidez típica dos tempos de internet, o UOL já publicou uma retropesctiva da carreira dele e a data da morte. A pergunta é inevitável: não dava para esperar o coração parar de bater?

E Clodovil, sempre tão controverso, vai embora com um bom exemplo. É doador de órgãos. Parece que vai dar para capturar os rins e o fígado.

Dois casos

Por que as pessoas precisam ser cobradas, com insistência, para fazer coisas simples, que estão ao alcance da mão? Há tempos tenho essa impressão. O ser humano só funciona ao ser pressionado, caso contrário deixa tudo do jeito que está.

O prédio onde moro está em obras. Hoje de manhã o pintor tirou a rede de proteção para entrar e trabalhar na sacada do meu apartamento. Depois, foi embora e deixou a rede praticamente solta.

As argolas que garantem a eficácia do equipamento ficaram semi-abertas. Qualquer criança poderia ir lá e retirar a rede. Como tenho duas crianças, entrei em semi-desespero.

Por sorte, os responsáveis pela reforma estavam no prédio para uma reunião. Fui lá e expliquei o problema, mais de uma vez. Eles diziam que as redes serão trocadas depois da reforma. Eu alegava que não poderia esperar, precisava que pelo menos apertassem as tais argolas.

Diante da insistência - e com as duas crianças ao lado - consegui que fossem ao apartamento e apertassem as argolas usando um alicate. Simples, trabalho de dez minutos e que pode evitar um acidente grave. Mas porque não tomam essa providência sem ninguém precisar reclamar?

*********

Hoje os jornais de Bauru relatam outro episódio de cobrança, esse público e constrangedor. Ontem, na sessão da Câmara, o vereador Marcelo Borges (PSDB) precisou ter a atenção chamada por Roque Ferreira (PT) para que não ficasse de costas e conversando enquanto um colega estava na tribuna. Dizem que Marcelo ficou muito sem graça.

A Câmara de Bauru é assim - poucos prestam atenção no que o outro está dizendo. Já vi muito vereador discursar na tribuna enquanto no plenário o barulho é gigante. Já vi também parlamentar não saber sequer o que é debatido.

A bronca de Roque chamou a atenção para um absurdo que acontece faz tempo. Marcelo foi o protagonista neste caso, mas nem de longe é o único a não prestar atenção nos próprios colegas. Até jornalistas conversam fora de hora, preciso admitir.

Será que a vaidade, exacerbada entre políticos e também entre jornalistas, faz com que cada um só preste atenção a si mesmo?

segunda-feira, 16 de março de 2009

Mais Rita

Há anos Rita Lee só dá entrevistas por e-mail. Foi pioneira nisto também. Hoje as entrevistas online são muito comuns, pela facilidade tecnológica e também pelo fato de as redações serem cada vez mais enxutas e faltar tempo para os "ao vivos".

No caso de Rita, a falta do "olho-no-olho" não atrapalha, eu acho. Ela tem uma certa aversão a jornalistas, dá para perceber. Escrevendo, de sua casa, de onde não gosta de sair, talvez fique menos irritada e consiga exercer melhor seus históricos bom humor e ironia.

Aqui, uma das melhores entrevistas dela que já li. Dei muita risada no dia e hoje de novo.

Lança, lança perfume

Foi muito bom o show da Rita Lee! Tudo muito bom. A estrutura montada pelo Alameda chega a impressionar. Vans e ônibus para transportar o público, um lounge com música ao vivo para esperar a hora do espetáculo, dezenas de funcionários que fazem tudo funcionar direito, uma enorme e super-confortável tenda climatizada, tudo perfeito.

Mas o bom mesmo é Rita, a roqueira que já virou vovó sem perder o balacobaco. Rita cantou vários de seus sucessos e poderia ter ficado mais duas horas no palco sem repetir músicas. O show é o mesmo visto nas capitais, com direito a um imenso telão com artes gráficas e imagens da carreira da cantora para acompanhar as canções. E o humor dela? Demais.

Rita Lee ganhou vários presentes de fãs, abriu no palco e brincou: "momento Hebe Camargo". Parecia feliz com a euforia do público, em grande parte formado por jovens. "Todo mundo com maquininha (digital). Antes eram os isqueiros, agora são essas maquininhas", disse.

Antes de tocar uma versão debochada para música dos Beatles, contou que esperou dez anos para conseguir a autorização de Yoko Ono. "Agora que ela autorizou, quero que se foda", disparou.

Li em algum lugar que o produtor avaliou o show de Bauru como um dos melhores da cantora. Acredito nisso. Fazia tempo que não via o público correr em direção ao palco, como fez sábado à noite, e esperar um toque de mão da artista. E sempre é muito legal ouvir todo mundo cantar junto.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Rita Lee

Amanhã vou ao show da Rita Lee, aqui em Bauru. Já vi dois shows da cantora, em situações bem diferentes. Desta vez o motivo é familiar. Convidei minha mãe, ela se animou e aí virou questão de honra. Ela sai pouco de casa, acho que precisa sair mais e vamos lá. Também quero que minha filha de 8 anos conheça a Rita Lee. Paloma não é muito musical, precisa de estímulo e também é bom que não fique restrita aos acordes do "High School Musical".

Desde criança adoro a Rita Lee, mas já tive minhas decepções. A primeira foi ainda na infância. Lembram que a cantora dava cigarro para um papagaio? Eu não gostava daquilo. E usava drogas, coisa que sempre rejeitei. É meu maio preconceito: acho que todo usuário de drogas é fraco. Fiquei chocada quando soube, ainda menina, sobre as experiências de Rita com os entorpecentes. Quase não gostei mais dela. Depois percebi que não dá para ser tão radical.

Outra decepção foi aqui em Bauru, já adulta. Fui num show horrível da Rita. Ela estava muito mal - provavelmente por causa das drogas. Fiquei tão frustrada, quase chorei. Mas passou. Depois vi outro show, muito melhor, com a roqueira já recuperada.

O bom de amanhã é que ela deve cantar vários clássicos. Gente como Rita, Chico, Caetano, Gil tem que cantar os clássicos. É obrigatório.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Para inglês ver

Ah, não!!! Essa "notícia" não vou nem ler. O príncipe Charles veio ao Brasil e sambou com mulatas. De novo? Que falta de criatividade. É literalmente o Brasil para inglês ver.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Segunda-feira

Está certo, eu dormi mal. Muito calor, criança com dor de ouvido depois do fim de semana inteiro na piscina, sonhos estranhos... Mas não é só isso. Tem alguma coisa me desanimando. Tenho consciência, não é hora disso. Mas neste exato momento não sei o que quero da vida

:::::::::::::::::::::

Quanto mais leio sobre a história da menina grávida de gêmeos aos 9 anos mais fico espantada com a posição cruel do bispo de Recife e Olinda. Uma das frases dele pode ser comparada a de Paulo Maluf, aquele que pediu para estuprar, mas não matar. O bispo disse que aborto é pior que estupro. O bispo!!! Religiosos não aprendem a ter compaixão? Não era esse o princípio de tudo?

::::::::::::::::::::

É muito difícil escolher um lado no caso do menino Sean, filho de brasileira com americano, que tem a guarda disputada pelo padrasto (junto com a família da mãe morta recentemente) e pelo pai que ficou quatro anos sem vê-lo. No início da polêmica, tinha certeza que o menino precisa ficar no Brasil, com o padrasto e os avós. Ontem, no "Fantástico", até mesmo a avó disse não saber o que é melhor para a criança de 8 anos. E admitiu que o reencontro com o pai foi em clima de alegria. Que situação complicada e triste...


:::::::::::::::::::::

Tenho implicância com o Dia da Mulher, comemorado ontem. Sei que é uma data de origem política e social. Provavelmente criada para marcar posições e conseguir avanços. Acho, no entanto, que ao longo dos anos ganhou uma conotação comercial demais. E demagógica. Jornalista que sou, não consigo escapar do tal dia. Sempre sou pautada para matérias sobre o tema. Este ano, resolvi procurar uma mulher bem pobre, bem lutadora, para que ela relatasse seu dia-a-dia. Entrevistei uma catadora de papel de quase 80 anos. E ela simplesmente nunca tinha ouvido falar no Dia da Mulher. Precisa falar mais alguma coisa?

sexta-feira, 6 de março de 2009

A turmona

Estou impressionada com o sucesso que a Turma da Mônica Jovem faz entre as crianças na faixa etária de 7/8 anos. Minha base de "pesquisa" é Paloma, minha filha, e os amigos dela. Todos com fixação crescente pelas histórias dos crescidinhos Mônica, Magali, Cebolinha e Cascão.

Ontem cheguei em casa com o mangá de número 7. Paloma viu por causa da transparência da sacola de plástico, pulou, pegou e em 15 minutos tinha lido tudo e queria mais.

"Por que não sai uma edição por dia?", perguntou.

Hoje conheci uma comunidade no Orkut sobre a Turma Jovem, porque vou fazer uma matéria sobre crianças que gostam de ler e escrever. A comunidade tem 13.357 membros. E é bastante ativa, com várias discussões e diversões.

Eu, adulta, não gosto muito não. Prefiro os gibis em que a turma ainda é criança e mora no lúdico bairro do Limoeiro. Mas fico intrigada com o fenômeno.

A melhor explicação que encontrei até agora é que as crianças que estão nesta idade têm muita curiosidade - e também expectativa - sobre a adolescência. Ver Mônica jovem, bonita e namorando deve satisfazer parte disso.

Só uma coisa eu não aceito: o Cascão tomou banho!!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Quero ser excomungada!!

A TV deu agora que a Igreja Católica excomungou todos os envolvidos no aborto da menina de 9 anos grávida de gêmeos. A gestação era considerada de alto risco pelos médicos. A menina, de Pernambuco, teria sido engravidada pelo padastro. Contou à polícia que era violentada desde os 6 anos.

Há vários anos não me considero mais católica. Não frequento missas, não sigo dogmas e não acredito em muita coisa que a igreja defende. Meus dois filhos não são batizados. Quero que cresçam e escolham se seguirão ou não alguma religião.

Hoje, no entanto, não queria ser apenas uma não-católica. Gostaria de ser excomungada, junto com a equipe médica que realizou o aborto. Porque eu acho, ao contrários das autoridades católicas, que os médicos agiram corretamente.

A criança grávida corria grande risco de vida. Aos 9 anos, não tem estrutura para parir outras crianças. Mas não é só isso. Nesta idade, ela não tem a menor noção do que é ser mãe. É vítima de uma violência física inacreditável, precisa ser protegida, ter chance de recuperar a vida de menina.

O aborto nunca é uma solução fácil e nem deve ser tratado como recurso banal nos casos de gestações indesejadas. Tanto é que legalmente só é permitido em duas situações - estupros e risco à vida da mãe. A menina pernambucana se enquadra nas duas.

Talvez um dia eu volte a ter alguma admiração pela Igreja Católica, que já privilegiou o mundo como líderes como D. Paulo Evaristo Arns. Para isso vou esperar que os chefões da igreja participem ativamente das campanhas contra a pedofilia, um tipo de violência abominável. Isto sim preciso ser banido.

terça-feira, 3 de março de 2009

O curioso caso...

Gostei muito de "O Curioso Caso de Benjamin Button". Gostei mais do que esperava. E não estou com a mínima vontade de descobrir porque gostei tanto assim. Gostei e pronto.

Ah, e chorei muito também. Eu e quase todas as pessoas que estavam no cinema.

Fui preparada para não gostar tanto assim, vejam que bobagem. Um dos motivos do meu pé atrás foi que o filme concorria a vários Oscars e não ganhou nenhum importante. Como se isso realmente significasse alguma coisa.

Outro motivo foi ouvir uma crítica desfavorável da Mônica Waldvogel, no programa "Saia Justa". O que também não deveria importar. Mônica é uma das jornalistas que admiro, verdade. No entanto, a opinião dela é dela, certo?

Enfim, o filme é comovente. Numa das cenas, então, desmoronei. Não vou contar, para não ser chata com quem ainda não viu.

P.S. - Tem uma coisa sobre esse filme muito engraçada. E muito brasileira. Li na coluna da Mônica Bergamo, da Folha. Não sei em que cidade do Brasil, as cópias piratas chegaram ao comércio ambulante quase junto com o lançamento do filme. Eram anunciadas assim pelos camelôs: Aqui, o "Curioso Caso de Brad Pitt".

segunda-feira, 2 de março de 2009

Edson e Pelé

Muito engraçada a entrevista do Pelé para a revista Veja. Ele fala o tempo inteiro como se o Edson Arantes do Nascimento fosse uma pessoa e o Pelé outra. Deve ser um artifício para despejar, sem pudores, a total falta de modéstia. Como quem dá entrevista é o Edson, dá para elogiar o Pelé sem parar, o tempo todo. É tão engraçado que nem fica antipático.