Tem momentos em que sinto valer a pena ser jornalista e enfrentar os plantões [como este de Ano Novo], as disputas das redações, os resmungos tão comuns de repórteres e editores, os horários malucos, a overdose de café, etc.
Agora é um desses momentos.
Acabei de ler a retrospectiva do BOM DIA Bauru e lá está, na capa, a história de Thiago, 2 anos, um dos personagens de matérias que assinei este ano.
Thiago é vítima da síndrome do meio coração, já fez três cirurgias, tem a saúde frágil, mas resiste com uma carinha de sapeca e uma risada bem gostosa. Este ano enfrentou mais uma batalha - tema de minha matéria.
Foi matriculado numa escola particular, por indicação dos profissionais de saúde que cuidam dele. Acreditam que, no meio de outros crianças, teria mais motivação para andar [ele se locomove a maior parte do tempo numa motoca] e se desenvolver.
A direção da escola aceitou Thiago mas, após duas ou três manhãs de choro, desistiu de tentar incluí-lo e pediu para que fosse levado embora. A mãe levou, chocada e muito triste. Contou o fato em seu orkut, eu li e fiz a matéria.
Outra escola, com direção bem mais humana, teve acesso ao texto. A diretora ficou comovida, entrou em contato e fez questão de matricular o pequeno Thiago.
Hoje, na retrospectiva, a mãe conta que o menino ficou mais sociável e até come melhor depois que começou ir à escola. Acredita até que a melhora no coração dele tem relação com isso. Pode ter coisa mais gratificante?
Fiquei com lágrimas nos olhos e encontrei um bocado de disposição para continuar nessa vida de repórter.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
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