Impressionante a história do ator Perry Salles, ex-marido de Vera Fischer, morto de câncer na última quarta-feira e cremado hoje. Perry teve uma forte depressão nos anos 90, quando já estava separado de Vera e perdera um filho, morto em acidente de moto. Trancou-se num pequeno teatro que havia comprado em Salvador, ficou cabeludo, barbudo, parou de tomar banho. Só saía de vez em quando para comprar carne moída e macarrão, sua única refeição no período de imersão.
Nos últimos anos, voltou a se aproximar de Vera, desta vez como grande amigo. Foi na casa dela que o ator passou os últimos meses, na fase final da doença. Na TV, ele foi Laio, na novela em que Vera era Jocasta e Felipe Camargo interpretou Édipo. Todo mundo sabe que a vida imitou a arte e Jocasta e Édipo se apaixonaram de verdade. Laio ficou sozinho.
Além da ironia do destino, impressiona a imagem de um ator em decadência trancado num teatro sombrio, sozinho, sem contato com ninguém, em plena cidade ensolarada de Salvador, Bahia.
Vera, que também viveu um período de escuridão, hoje tem um papel para lá de apagado em "Caminho das Índias". Sempre que assisto sinto pena. A outra ponta do triângulo, Felipe Camargo, não escapou. Mergulhou nas drogas e na bebida, voltou à tona, mas perdeu a chance de ser um ator brilhante que sua estréia, em "Anos Dourados", antecipara. Parece que voltará a ter destaque. Fernando Meirelles o escolheu para protagonizar a minissérie "Som & Fúria", da Globo. Acredita que todo mundo vai gostar. O Édipo promete surpreender.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
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