quinta-feira, 4 de junho de 2009

Notícias

Clóvis Rossi, na Folha, disse que nunca temeu as viagens de avião. Mas agora começa a temer. Tenho a mesma sensação. Três tragédias num período tão curto não tem nada de normal. E ainda num período em que a indústria da aviação enfrente crises, com fusões de empresas, fechamento de outras, cortes de serviços, etc.

Hoje saiu a lista oficial dos mortos no acidente do voo 447. O estranho deste acidente é que, por mais óbvio que fosse, as pessoas demoraram a acreditar que não havia chance de encontrar algum sobrevivente. Teve até um oficial da FAB (Força Aérea Brasileira) que, no Jornal Nacional, cogitou a hipótese de alguém ter sobrevivido. Achei irresponsável.

O mais triste foi o ocorrido no hotel que serve de base para os parentes das vítimas no Rio. Um homem entrou na sala onde todos se reúnem e disse que sobreviventes foram resgatados por um navio e levados para Fernando de Noronha. Todos se abraçaram e choraram, com esperança.

É mesmo difícil aceitar a morte em circunstância tão trágica.

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Já tinha lido os artigos dele na Folha sobre o assunto, mas esta semana o poeta Ferreira Gullar é capa da revista Época. Fala sobre as dificuldades enfrentadas com os dois filhos esquizofrênicos - um já morto. Ferreira Gullar colocou em discussão um tema tabu. A internação de doentes mentais. Nos últimos 20 anos, a luta antimanicomial ganhou força e conquistou o fechamento de hospitais que funcionavam como depósitos de doentes. Profissionais da psiquiatria defendem a convivência dos pacientes com suas famílias e o atendimento em hospitais-dia.

O poeta, no entanto, diz com todas as letras que em algumas situações a internação é a única saída. E agora faltam leitos hospitalares. Famílias, principalmente as mais carentes, ficam sem saber o que fazer diante de parentes que surtam e não tem para onde ser encaminhados.

Além disso, pesquisas mostram o aumento da população de rua após o fechamento dos manicômios. Muitos dos sem-teto são doentes mentais, que perderam o contato com os familiares.

Assunto polêmico, mas que não pode ir para debaixo do tapete.

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O destino do garoto Sean mobiliza juristas brasileiros e norte-americanos. Já vi gente falando que a opinião do garoto de 9 anos deve ser levada em conta e outras pessoas dizendo justamente o contrário. Acho que ele tem que ser ouvido sim. E o que mais deveria ser analisado nessa história é em que situação o garoto vai sofrer menos.

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