sexta-feira, 26 de junho de 2009

As capas

Além de congestionar e travar o google e o twitter, a morte de Michal Jackson fez jornalistas do mundo inteiro pensarem, rápido, sobre a capa que dariam para a morte do astro pop. Alguns pensarem bem, outros nem tanto. Não é fácil ser criativo sob a pressão do relógio e com uma notícia que estava em todas as mídias, exploradas de todas as formas. Alguns jornais conseguiram.

Um deles, o Meia Hora, do Rio, radicalizou. Foi macabro, mas não dá para negar a criatividade. Quando Clodovil morreu, o mesmo jornal deu uma manchete colorida, quase brilhante: "Virou Purpurina".

Outro jornal popular do Rio, o "Extra", também tentou ser criativo. Deu uma capa preta, só com uma luva prateada, e as datas de nascimento e morte de Michael. Hummmm... Acho que faltou um pouco de produção, o resultado parece meio tosco.

No "Zero Hora", de Porto Alegre, o ídolo aparece entre nuvens, dando show. A edição está boa. Logo abaixo de Michael tem chamada grande para entrevista exclusiva do presidente Lula, falando de Dilma e de ajuda aos pobres.

Gostei dos critérios usados na capa do "Diário de S. Paulo", o jornal popular do grupo Globo na capital paulista. Tem informações quentes e menos óbvias que os demais, como a dívida milionária deixada pelo astro. E traz, pequena, a foto de Michael entubado, durante o atendimento médico. Não sejamos hipócritas: é uma imagem que todo mundo queria ver. O jornal também resgata a história de fã de atropelamento por comitiva do cantor, no Brasil.

Não vou citar os grandes jornais, todos com notícias e fotos bem padrão e com a informação que todo mundo já tinha lido na internet e visto na TV. Dá para perceber que os jornais populares - e menores - têm mais margem para a criatividade. O que, imagino, é a saída para os tempos de jornalismo online, de informação instântanea. Jornais impressos precisam encontrar maneiras de sobreviver aos novos tempos. Alguns não vão conseguir.

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