Preconceito é coisa séria. Às vezes se manifesta de forma tão bruta que fica até ridículo.
Na minha opinião, este é o caso da crítica feroz da colunista Barbara Gancia, na Folha de S. Paulo, contra a folia carnavalesca de Marisa Letícia, a primeira-dama, mulher de Lula.
Para quem não viu - será que alguém não viu? - dona Marisa desceu do camarote em que assistia ao desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, foi para o chão e dançou, animada e feliz.
Deu trabalho para os seguranças, obrigados a acompanhá-la, e provocou alvoroço no sambódromo - assim como outras celebridades que passaram pelo local.
Vi a imagem e achei simpática. Pelo que sei, Marisa é fã das manifestações populares do Brasil, inclusive mantém a tradição das festas juninas. Nada mais normal do que, em pleno Carnaval, abandonar a postura discreta que adotou no poder e cair no samba.
Pois, para Barbara Gancia, colunista que nasceu na elite, a mulher foi escrachada, ficou suada e descabelada e dançou "como se não houvesse amanhã". Ah, e cometeu o "grande" pecado de tomar uma cervejinha. Barbara até a comparou a outra primeira-dama, Dulce Figueiredo, famosa pelo deslumbramento.
Alô, Barbara Gancia!! Preconceito tem limite. Qual é o problema em sambar em pleno Carnaval? Marisa atrapalhou o quê, o desfile sem graça e morno da Mocidade Independente?
Ao contrário do que a colunista ranzinza escreveu, este não é o legado de Marisa. Jornalistas que realmente conhecem de perto o cotidiano do casal, desde a época das greves de São Bernardo, descrevem a primeira-dama como uma mulher forte, que gosta de atuar apenas nos bastidores, geralmente como uma base sólida para a família. É uma opção, que deve ter sido fundamental na trajetória do presidente.
Ano que vem, tomara que essa gente azeda caia no samba também.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
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