sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

No meio do 'deserto'

Os bauruenses têm uma relação apaixonada com a aviação - não é à toa que saíram daqui o astronauta Marcos Pontes e Ozires Silva, o fundador da Embraer.

Foi publicada no início desta semana uma matéria que fiz sobre o novo aeroporto da cidade, localizado entre Bauru e Arealva e que recebeu o nome do empresário Moussa Tobias, uma espécie de guru político muito respeitado e já morto.

O aeroporto foi inaugurado há dois anos e quatro meses, em plena campanha eleitoral. Estava em construção há muitos anos, mas a finalização da obra aconteceu às pressas para coincidir com a época em que os políticos pedem votos aos eleitores.

Apesar de novo, o "Moussa Tobias" já apresenta vários problemas - infiltrações, rachaduras, vidros quebrados, etc. Sem falar que vive semi-deserto, não tem restaurante, banca de revista e segurança no estacionamento. Por enquanto, é um empreendimento que não deu certo e já tem sinais de deterioração.

Publicada em plena segunda-feira de Carnaval, a matéria até hoje rende telefonemas e comentários dos tais bauruenses apaixonados por aviação. Num dos comentários, uma mulher é enfática: o jornal BOM DIA precisa dar um jeito nessa situação. Num telefonema, outros dos fanáticos por aviões me orientou a procurar o secretário do Desenvolvimento Econômico, Nico Mondelli, e mandar ele pedir soluções junto à Anac.

Sempre achei estranho aquele aeroporto imenso a 18 quilômetros de Bauru. Toda vez que vou até lá, a sensação se repete - a obra faraônica fica no meio do "deserto".

Muita gente que torce para o crescimento econômico da cidade focou suas esperanças no novo aeroporto, que chegou a ser chamado de internacional sem nunca ter sido. Talvez por isso a decepção tão grande e o medo do local se transformar em mais um elefante branco.

Uma das pessoas que me procurou se apresentou como piloto experiente e garantiu - as promessas jamais vão se realizar. Segundo ele, o "Moussa Tobias" não vai se transformar em grande aeroporto de cargas e não há hipótese de servir ao embarque e desembarque de passageiros internacionais.

Tomara que não seja verdade. Mas que o novo aeroporto desértico é esquisito, isso é.

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