Não tenho a capacidade de assistir aos 90 minutos de um jogo de futebol, mas gosto muito de ver a torcida. Sempre tento - e nem sempre consigo - ouvir o que os torcedores gritam. Gosto também de ver as manifestações individuais dos fanáticos, principalmente pelo Corinthians e Flamengo.
Hoje vi uma cena muito engraçada, no Globo Esporte. Foi no jogo do Corinthians (e do Santos também, claro). Um torcedor típico, fora de forma, sotaque paulistano, alegrinho, está na porta do banheiro químico e garante para o repórter que tem uma personalidade corintiana lá dentro.
- Entrou na minha frente... Também, bebe todas...
O repórter espera um pouco e sai Biro Biro, que até eu reconheço de longe.
- Não falei, eu não te falei..., diz o torcedor, antes de entrar para "tirar água do joelho".
O Globo Esporte virou um programa referência até para quem não é lá muito fã de futebol, o meu caso. Dizem que tem relação com o novo apresentador e editor, Tiago Leifert, jornalista de raciocínio rápido e bom humor ao vivo. E, claro, tem a ver com a decisão da Globo de fazer um programa mais descontraído e próximo do público jovem.
Tiago consegue isso de forma brilhante. Hoje, após assistir a cena do torcedor na porta do banheiro do Biro Biro, saiu com esta: "Já estou com saudade do Campeonato Paulista, cada cena bizarra...". Comentário gente como a gente, feito sem ensaio, pelo menos é o que parece.
Vi outro vídeo do Tiago, também muito bom. Após uma reportagem, ele é pego no estúdio conversando com o assistente. Não diz "desculpe a nossa falha". É bem mais natural: "Opa, me pegaram no flagra... estava aqui conversando com o assistente de estúdio".
Sempre me intrigou a perseguição obcecada pelo não-erro na TV. Erro de informação é feio mesmo, mas me refiro ao erro de locução, de câmera, errinho bobo e humano. Como se os apresentadores de TV não tivessem direito a errar.
Tiago quebra um paradigma (não gosto da palavra, mas, enfim, ela cabe aqui). Na GloboNews, e de vez em quanto na Globo, tem uma apresentadora, Maria Beltrão, que também faz isso muito bem. É minha preferida. Paro para vê-la quando está no ar. Mas Maria é prisioneira de outro tabu televisivo, é uma mulher grande, alta, nem sempre em forma, dona de voz forte. Tem espaço, mas não o que merecia. Pelo menos é o que acho.
terça-feira, 5 de maio de 2009
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