segunda-feira, 18 de maio de 2009

A Virada

De plantão no jornal, vi apenas trechos da Virada Cultural: o começo do show do Otto, com o Vitória Régia ainda vazio; junto com as crianças, assisti o grupo Sanfonias e o Circo Vox, duas ótimas atrações na manhã de domingo; consegui ficar também em metade do show de Sandra Sá, cantora do encerramento.

Queria ter visto mais, porque gosto muito da idéia: 24 horas de espetáculos, inclusive na madrugada. Só o fato de parte das apresentações ser no prédio da estação ferroviária já é atraente. É bom que as pessoas tenham acesso ao patrimônio histórico que é delas e está abandonado. Interessante que todos vejam que o espaço inútil a maior parte do tempo pode servir para coisas legais - e populares.

Uma das "atrações" foi o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB), que neste final de semana extrapolou sua característica de aparecer em todos os cantos. Rodrigo abriu a Virada após receber Otto nos camarins. Ficou para a noite de shows no Vitória Régia e até cuspiu fogo, como mostra foto publicada hoje no Jornal da Cidade. Na madrugada, esteve no show de Wanderléa no Tênis Clube e, a pedido da produção, entregou flores para a cantora, cena considerada constrangedora por várias pessoas. Na manhã de domingo, abriu a 2ª Conferência de Igualdade Racial. Em seguida foi para o Vitória Régia de novo, onde ficou até o final da tarde, recebendo os artistas e assistindo os espetáculos. Animado, encerrou a Virada no palco, dizendo que a cidade está em festa.

O fato de ser tão acessível e presente ainda surpreende Bauru. Na administração passada, o ex-prefeito Tuga Angerami optou pela reclusão. Não ia em quase nenhum evento, o que provocou críticas. Em parte, ele mesmo as reconheceu como justas. No meio do governo, Tuga tentou ficar mais popular, mas alguma coisa, talvez pessoal, talvez íntima, o impedia de circular o mínimo necessário para um homem público que precisa manter o contato com a população. Acho triste, mas foi isso que aconteceu.

Daqui a pouco, no entanto, todo mundo vai se acostumar com a onipresença de Rodrigo. E aí está o desafio dele. É bom que seja tão disposto. No primeiro dia de sua gestão, ele levou todo o secretariado para as ruas de lama e sujeira do Ferradura Mirim, prova de que não são só os shows e festas que merecem sua atenção. Certo, tudo isso é elogiável. Mas se problemas vellhos e bem concretos não começarem a ser resolvidos logo, a popularidade do "menino que virou prefeito" corre sério risco.

Acredito que chegarão sim recursos do governo federal, li informações sobre os novos postos de atendimento na saúde que serão construídos na periferia, existe um plano de pavimentação prestes a sair do papel e a educação caminha bem. No entanto, não dá para negar: há um cheiro de impaciência no ar.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Absurdo

Não sei nem o que escrever após ler notícias sobre confrontos entre a polícia e alunos [crianças e adolescentes] em escolas públicas. Acho inacreditável. Que mundo é esse? Agora foi na escola em que o governador José Serra (PSDB) estudou. O que ele disse: "No meu tempo não era assim". Não era mesmo. O que os últimos governos do Estado fizeram com a rede pública de ensino?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Televisão

Eu gosto quando o mesmo tema se encontra em diversos meios, por acaso, e posso escrever sobre ele. Então vamos lá.

A Rosana Hermann, do Querido Leitor , blog que sempre leio, faz uma pesquisa online. Quer saber qual é o peso que a TV na vida de seus leitores. Chama o meio de hipnotizador e, apesar de trabalhar nele há 26anos, parece sempre intrigada com o fato das pessoas virarem celebridades apenas porque aparecem no ar.

É intrigante mesmo. Entrevistei dia desses o jornalista Chico Pinheiro. Quer dizer, entrevistei não, ele sentou, falou, falou e quase não teve espaço para perguntas. Ele é inteligente, interessante e também vive intrigado: é celebridade porque aparece na televisão e ainda estranha os inúmeros convites, os pedidos de fotos, de autógrafos. Se sair do ar, vai continuar ótimo repórter. Mas a bajulação acabará.

Também li hoje um texto em que outra jornalista, Lili Prata, fala sobre a televisão. Ela é dona do Blog da Lili, muito divertido. Escreveu sobre o seriado "Sex and City" e o efeito em seu cotidiano. É bem engraçado. Lili não gostava das quatro amigas solteiras e seus dilemas amorosos de mulheres modernas, depois começou a gostar, depois ficou viciada e agora não sabe mais o que fará, porque assistiu todos os episódios, em DVD, e quer mais.

Também cheguei à beira do vício por causa de um seriado "enlatado" (lembram quando essa palavra era usada para criticar os programas produzidos em outros países, lá pelos anos 80?). Gosto de "Sex and City", mas o que quase me levou à dependência foi "ER", o seriado médico.

Após anos como jornalista política, praticamente implorei para mudar de área. Mudei e descobri que adoro fazer matérias sobre saúde. Tenho pelo tema aquela curiosidade genuína que os jornalistas precisam manter. E por isso "ER" despertou um interesse quase doentio. Todo dia queria assistir, mas aquilo começou a me fazer mal. As situações parecem muito reais, tem muito drama, muita tragédia. Aí precisei ser radical. Parei de assistir. Nunca mais vi um episódio.

Este caso seria minha resposta para a Rosana Hermann. O poder da TV é o de estar dentro de casa, acessível o dia inteiro e reproduzir situações que também acontecem na vida real, para o bem e para o mal.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Zélia e Luiz Carlos

Tenho grande interesse pelas histórias de mães e filhos. Sempre. Desde que eu mesma ainda não tinha minha própria história de mãe e filhos.

Por causa disso, passei anos intrigada com o paradeiro da menina Maria Rita, filha da Elis Regina, a cantora incrível e personagem de uma história trágica. Lembrava de algumas cenas de Maria Rita pequena, de óculos, ao lado da mãe. Via notícias sobre os outros filhos de Elis e nada da menina. Logo a única filha mulher tinha sumido, achava estranho.

Fiquei louca de curiosidade quando começaram a aparecer as informações sobre a estreia tímida de Maria Rita, como cantora, em palcos de São Paulo. Procurei vídeos, queria ouvir a voz dela. E não achava nada. Depois ela estourou e, como milhões de pessoas, fiquei impressionada com a semelhança da voz e o gestual de palco. Parecia uma nova Elis, que tive a infelicidade de nunca ter visto ao vivo.

Essa é uma história. A outra é a da escritora Zélia Gattai, que ando revisitando. Zélia era casada com um intelectual comunista de São Paulo quando conheceu e se apaixonou por Jorge Amado. Ela e o primeiro marido tinham um filho de 3 anos, Luiz Carlos.

Zélia foi viver com Jorge e o filho ficou com o pai. Em seguida, o escritor baiano precisou ir para o exílio e Zélia o acompanhou. Passou cinco anos longe do filho. Teve outras duas crianças com Jorge. Quando voltou, virou uma mãe que visitava o primeiro filho, em São Paulo. Ela morou no Rio e na Bahia. Com Jorge, foi a vida inteira uma mulher que viaja pelo mundo. Quase sempre longe do primogênito.

Descobri detalhes dessa história recentemente, porque encafifei com a relação entre a escritora e esse primeiro filho. Nos livros de Zélia, a vida dela, de Jorge, dos filhos e dos amigos artistas, famosos e talentosos, parece saborosa demais. Eles conheciam gente no mundo todo, sempre eram bem recebidos, recebiam muito bem também. Moravam na Bahia, no Rio Vermelho, ao lado do mar de Iemenjá. Cultivavam hábitos simples e prazerosos. Uma vida deliciosa.

O que me intrigou é que Luiz Carlos aparece muito pouco na obra, feita de memórias. Hoje, por conta própria, acredito que isso se deva à dor que a mãe sentia. Foi uma vida distante da primeira criança que saiu de seu útero. Coisa mais agoniante.

Encontrei um trecho das memórias em que ela fala de Luiz Carlos, quando ele ainda era criança. Zélia, Jorge e os dois filhos tinham acabado de voltar da Europa, moravam num edifício do Rio lotado de crianças e ela sentia falta do primeiro filho.

Ao fuçar na internet, descobri também que a curiosidade não era só minha. Num blog, vários internautas perguntavam sobre o destino de Luiz Carlos e do primeiro marido de Zélia. Por causa das facilidades do mundo virtual, uma ex-namorada de Luiz Carlos postou e contou sobre sua convivência com a família paulista de Zélia. Depois foi a vez de uma neta da escritora, filha de Luiz Carlos, contar a história de sua família.

Mãe e filho ficaram bem próximos quando o primeiro já era adulto. Sempre se visitavam, participavam dos momentos importantes um do outro. Zélia adorava as três netas de São Paulo - e elas adoravam a avó. Mas Luiz Carlos morreu quando a mãe já estava doente e triste por causa da partida de Jorge. Morreu antes de Zélia, o que deve ter sido uma grande tristeza no fim da vida desta mulher tão acolhedora.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Secos e Molhados

Eu não sei dizer
Nada por dizer
Então eu escuto
Se você disser
Tudo o que quiser
Então eu escuto

Fala
La, la, la, la
La, la, la, la

Fala

Se eu não entender
Não vou responder
Então eu escuto
Eu só vou falar
Na hora de falar
Então eu escuto

Fala

terça-feira, 5 de maio de 2009

Biro Biro

Não tenho a capacidade de assistir aos 90 minutos de um jogo de futebol, mas gosto muito de ver a torcida. Sempre tento - e nem sempre consigo - ouvir o que os torcedores gritam. Gosto também de ver as manifestações individuais dos fanáticos, principalmente pelo Corinthians e Flamengo.

Hoje vi uma cena muito engraçada, no Globo Esporte. Foi no jogo do Corinthians (e do Santos também, claro). Um torcedor típico, fora de forma, sotaque paulistano, alegrinho, está na porta do banheiro químico e garante para o repórter que tem uma personalidade corintiana lá dentro.

- Entrou na minha frente... Também, bebe todas...

O repórter espera um pouco e sai Biro Biro, que até eu reconheço de longe.

- Não falei, eu não te falei..., diz o torcedor, antes de entrar para "tirar água do joelho".

O Globo Esporte virou um programa referência até para quem não é lá muito fã de futebol, o meu caso. Dizem que tem relação com o novo apresentador e editor, Tiago Leifert, jornalista de raciocínio rápido e bom humor ao vivo. E, claro, tem a ver com a decisão da Globo de fazer um programa mais descontraído e próximo do público jovem.

Tiago consegue isso de forma brilhante. Hoje, após assistir a cena do torcedor na porta do banheiro do Biro Biro, saiu com esta: "Já estou com saudade do Campeonato Paulista, cada cena bizarra...". Comentário gente como a gente, feito sem ensaio, pelo menos é o que parece.

Vi outro vídeo do Tiago, também muito bom. Após uma reportagem, ele é pego no estúdio conversando com o assistente. Não diz "desculpe a nossa falha". É bem mais natural: "Opa, me pegaram no flagra... estava aqui conversando com o assistente de estúdio".

Sempre me intrigou a perseguição obcecada pelo não-erro na TV. Erro de informação é feio mesmo, mas me refiro ao erro de locução, de câmera, errinho bobo e humano. Como se os apresentadores de TV não tivessem direito a errar.

Tiago quebra um paradigma (não gosto da palavra, mas, enfim, ela cabe aqui). Na GloboNews, e de vez em quanto na Globo, tem uma apresentadora, Maria Beltrão, que também faz isso muito bem. É minha preferida. Paro para vê-la quando está no ar. Mas Maria é prisioneira de outro tabu televisivo, é uma mulher grande, alta, nem sempre em forma, dona de voz forte. Tem espaço, mas não o que merecia. Pelo menos é o que acho.

O voo dos operários

Pouquíssimas pessoas no Brasil têm o hábito de consultar a meteorologia para saber se há risco de tempestade, ciclones ou mesmo ventanias que podem ser perigosas. Não faz parte da cultura local. Até há pouco essa precaução parecia desnecessária. Eram raros os casos de tempestades avassaladoras, ciclones, ventanias capazes de arrancar grandes árvores e amedrontar as metrópoles. Esse foi outro tempo.

As ações descontroladas contra a natureza mudam dia a dia o cenário de um país antes privilegiado pela ausência de catástrofes naturais. Este novo Brasil ganhou ontem uma sequência impressionante de imagens.

Falo dos operários que balançaram durante dez minutos numa gôndola pendurada num prédio de São Paulo, cidade que de uma hora para outra foi atingida por uma ventania de 80 km por hora.

Eles limpavam vidros dos prédios quando o vendaval os surpreendeu. Foram salvos por funcionários da empresa que funciona no local, gente capaz de pensar e agir rápido diante da tragédia prestes a acontecer.

Passado o susto, um dos operários, Luciano Correa dos Santos, pernambucano de 36 anos, deu entrevista e revelou ter visto a morte de perto. Sotaque nordestino, logo em seguida informou: vai continuar nos andaimes da vida, limpando vidraças. "É meu ganha pão", lembrou.

Luciano faz parte daquele Brasil que sequer tem acesso à tecnologia que permite avançadas previsões meteorológicas. É do Brasil nordestino, com sotaque, ainda renegado e tão trabalhador. É um Brasil que vive incrustado em São Paulo, é corpo e alma da metrópole e ainda precisa aguentar os olhares preconceituosos.

Ele e o colega limpavam as vidraças justamente de uma empresa de tecnologia, onde trabalhavam jovens de um Brasil mais moderno e bem mais privilegiado. Sorte os dois Brasis terem se encontrado quando uma mulher corajosa jogou a jaqueta para os operários se agarrarem e serem salvos.

Também deste país tecnológico, moderno, faz parte a pessoa que filmou toda a ação: o andaime pulando de um lado para o outro, o desespero, o salvamento... As imagens são de um funcionário de uma agência de publicidade, no prédio ao lado. Impressionante. Tudo é tão filmado e fotografado o tempo todo que pouca gente questionou como pode alguém estar de prontidão, filmadora na mão, bem na hora em que os operários quase voaram pelo ar.

domingo, 3 de maio de 2009

Rodrigo e Lula

Sábado sonhei com o prefeito Rodrigo Agostinho. Na madrugada de hoje, domingo, sonhei com o presidente Lula. Poxa, o mundo político invade minhas noites. O que será isso?

O sonho com Rodrigo foi confuso. Ele estava em Pirajuí, para um almoço com a imprensa de Bauru (??). Eu estava atrasada, com pressa, precisava comparecer e não conseguia sair de casa. Um sufoco, típico dos dias corridos, cheio de tarefas.

Sonhar é engraçado. Várias coisas do dia-a-dia se embolam e formam histórias sem pé nem cabeça. Vivo correndo, de segunda a sexta-feira, para dar conta de tudo: crianças, trabalho, coisas da casa, coisas pessoais... Isso estava no sonho.

E Rodrigo com sua relação próxima a jornalistas. É uma realidade e não é de hoje. O prefeito de Bauru é muito acessível à imprensa - e, pelo menos até agora, ao resto da população. Com jornalistas que trabalham há vários anos na cidade a relação é antiga.

Ele surgiu menino ainda com seus projetos ambientais. Estava sempre nas redações, divulgando suas idéias. Rapidamente virou um especialista no tema. E sempre era consultado. Ainda adolescente, era a principal fonte ambiental da cidade. Depois virou vereador e continuou muito próximo. Ajudava com informações até mesmo quando não iria aparecer na matéria. É o jeito dele, sempre foi. Daí vem a intimidade com a imprensa que continuou durante sua campanha para prefeito e após a eleição.

Não quer dizer que os jornais, TVs e rádios tenham feito campanha para Rodrigo. Além da imparcialidade obrigatória (e quase sempre questionável),não dava para ter feito isso por um simples motivo: até o meio da campanha, todo mundo tinha certeza que a vitória seria do tucano Caio Coube. Rodrigo parecia estar ali para marcar posição e fortalecer o nome para as próximas disputas. O crescimento dele foi surpresa para todo mundo, inclusive para jornalistas que ele continuou atendendo com facilidade ao longo da campanha.

O sonho com Lula foi meio melancólico. O presidente chorava, numa espécie de despedida. Chorava e falava de suas conquistas para a população de baixa renda. Falava do Bolsa Família, lembrava sua trajetória... e chorava.

Acho incrível ter um metalúrgico grevista na presidência, mas bem que Lula podia se abster de falar certas coisas. Defender o uso de passagens aéreas do Congresso para familiares de deputados e senadores? Declarar que já patrocinou viagens de sindicalistas com sua cota de passagens? Ah, não dá. Se ele pode patrocinar viagens de sindicalistas, a bancada capitalista pode levar lobistas de grandes empresas, é isso?

A melhor frase

A melhor do dia:
Ronaldo, o fenômeno, sai do campo logo após a vitória do Corinthians e caminha cercado por jornalistas.
Um repórter pergunta:
- Ronaldo, quem você está procurando, quer achar o Mano para dar um abraço?
E ele:
- Eu quero comemorar, mas vocês não deixam!

sábado, 2 de maio de 2009

A gripe

Clóvis Rossi escreve na Folha sobre a atuação duvidosa da imprensa em relação à gripe suína. Acha que o alarde exagerado tem um famoso objetivo: vender jornal. Não duvido não. Não que jornalistas fiquem nas redações pensando em quantos exemplares serão vendidos no dia seguinte. Mas é verdade que exageram em determinados assuntos que rendem visibilidade. Parece ser o caso.

Por falar isso, já está em casa a menina de Bauru internada por precaução em ala isolada do Hospital Estadual. Fiquei com pena da garotinha de 6 anos. Passou 20 dias em Orlando, nos EUA, voltou com uma inflamação na garganta e foi parar numa ala de aparência assustadora de um hospital. Dá para ficar com trauma da Disney.

Geladeira

Tem um texto tão bonito do Walcyr Carrasco na Vejinha. Fala de sonhos antigos, da perda de ilusões, da infância... Bom, está lá e vale a pena ser lido.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Alecrim

Alecrim, Alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado
Alecrim, Alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado

Foi meu amor
Que me disse assim
Que a flor do campo é o alecrim
Foi meu amor
Que me disse assim
Que a flor do campo é o alecrim

Alecrim, Alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado
Alecrim, Alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado