Descobri no final de semana. Sou uma ex-espectadora-que-preferia-o-cinema-ao-conforto-dos-DVDs. É não só por causa do tal conforto que minha opinião está em plena mutação, se bem que isso também conte.
É o seguinte: virei fã dos making offs, principalmente os brasileiros. E, no cinema, apesar de toda a magia da sala escura, da concentração total no filme, etc, não tem making off.
Um exemplo prático é "O Cheiro do Ralo". Gostei mais dos bastidores da produção do que do filme em si. Talvez precise assistir de novo após conhecer os detalhes. Por exemplo, as cores das roupas de Selton Mello foram escolhidas para lembrar a merda, que está presente no nome do filme, no cheiro que exala do tal ralo e na obsessão do protagonista, um homem apaixonado pela bunda de uma garçonete.
Fazer todas essas ligações e entender melhor a metáfora da história de um colecionador de coisas velhas, que não servem para nada, ou seja, merdas, no meu caso só foi possível depois de assistir o making off.
E é obrigatório conhecer a relação de Selton Mello com o filme, muito bem explicada nos extras do DVD. O ator leu o livro de Lourenço Mutarelli num avião, desembarcou e já ligou para o cineasta dizendo que queria, de qualquer forma, estrelar o filme. Precisou ser insistente para conseguir o papel, que define como o mais importante de sua carreira. Nos bastidores, aparece em cenas de entrega total e já com saudades, ao perceber que as filmagens estão no final.
A última cena filmada por Selton está no making off. Ele simplesmente deita na calçada, completamente emocionado, quando a produção chega ao final. Tem um impacto grande ver todo esse envolvimento de um ator. Principalmente em tempos de tão escassos envolvimentos, de tanta superficialidade.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
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