segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A gripe e os jornalistas

Tenho lido e ouvido muitas críticas à imprensa por causa da divulgação da gripe suína. Jornalistas são chamados de alarmistas, sensacionalistas, etc. Há quem acredite que a nova gripe seja divulgada, em manchetes, só para vender jornal. Como se repórteres ficassem nas redações calculando quanto uma notícia vai render em dinheiro... Juro que não é assim.

Não sou do tipo apavorada com a nova gripe e já li dezenas de estatísticas mostrando que ela mata tanto quanto a gripe normal, chamada pelos médicos de sazonal. Também já entrevistei profissionais de saúde dizendo que a gripe suína chama mais a atenção porque é monitorada diariamente pela imprensa, o que não acontece com a outra. Faz sentido.

Mas também vejo médicos especialistas cada dia mais preocupados. Porque a gripe avança, isso não dá para negar. E causa mortes no mínimo estranhas, de gente bem jovem. Sim, a maioria tem alguma outra doença de base, mas são pessoas muito novas. No caso da primeira morte registrada em Bauru, a vítima é uma moça de 22 anos. Era diabética, mas quantas pessoas diabéticas não estão por aí, levando a vida normalmente? Outra coisa: eu nunca tinha ouvido falar que gripe mata grávidas. Alguém já tinha?

Enfim, trata-se de uma doença que ainda não parece bem compreendida, inclusive pela classe médica. Autoridades de saúde pedem calma, mas ao mesmo tempo recomendam que hospitais ou postos de saúde sejam procurados se os sintomas aparecerem. A gripe suína é tratada oficialmente como semelhante à gripe normal, mas o Ministério da Saúde dedica quase todo o seu site para combatê-la e desenvolveu uma campanha institucional. Não é para entrar em pânico, mas as aulas foram suspensas em todo o Estado por recomendação do governo estadual.

Não são os jornalistas que criam uma situação surreal, a coisa está esquisita mesmo.

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